A agitação é comum, persistente e associada a
consequências adversas para os pacientes com doença de Alzheimer. As
opções de tratamento farmacológico, incluindo os antipsicóticos, não são
satisfatórias.
O objetivo primário do presente estudo, divulgado pelo
periódicoThe Journal of the American Medical Association (JAMA), foi
avaliar a eficácia do citalopram para a agitação de pacientes com doença de Alzheimer. Os
objetivos secundários examinaram os efeitos do citalopram sobre o estresse do
cuidador do paciente, a segurança cognitiva, a tolerabilidade, entre outros.
O estudo, conhecido como Citalopram for Agitation in Alzheimer Disease Study (CitAD) foi randomizado,
controlado por placebo, duplo-cego, de grupos paralelos e envolveu 186
pacientes com provável doença de Alzheimer e agitação clinicamente
significativa de oito centros acadêmicos nos Estados Unidos e Canadá a partir
de agosto de 2009 até janeiro de 2013.
Os participantes (n=186) foram randomizados para receber
uma intervenção psicossocial mais ou citalopram (n=94) ou placebo (n=92) durante nove semanas. A dosagem
começou com 10 mg por dia com titulação planejada para 30 mg por dia, durante 3
semanas, com base na resposta e tolerabilidade.
As medidas do objetivo primário foram baseadas nos
escores de 18 pontos na subescala de agitação Neurobehavioral Rating Scale
(NBRS-A) e na escala
modificada Alzheimer Disease Cooperative
Study-Clinical Global Impression of Change (mADCS-CGIC). Os outros
resultados foram baseados em escores do Cohen-Mansfield
Agitation Inventory (CMAI) e
do Neuropsychiatric Inventory
(NPI), na capacidade de concluir as atividades da vida diária (AVD), no
estresse do cuidador, na segurança cognitiva (baseado
na pontuação dos 30 pontos doMini Mental State Examination [MMSE]) e em
eventos adversos.
Os participantes que receberam citalopram mostraram
melhora significativa em comparação com aqueles que receberam placebo em ambas as medidas do objetivo
primário. Os participantes que receberam citalopram apresentaram melhora
significativa no CMAI, no NPI total e no estresse do cuidador, mas
não na capacidade de concluir as atividades da vida diária ou no menor uso de
lorazepam de resgate. Agravamento da cognição e prolongamento do intervalo QT foram observados
no grupo que recebeu citalopram.
Concluiu-se que entre os pacientes com provável doença de Alzheimer e agitação que estejam
recebendo intervenção psicossocial, a adição de citalopram em comparação com placebo reduziu significativamente nesta
pesquisa a agitação do paciente e o estresse do cuidador, no entanto, efeitos
adversos cognitivos e cardíacos do citalopram podem
limitar a sua aplicação prática na dosagem de 30 mg por dia.
Fonte: The Journal of the
American Medical Association, volume 311, número 7, de 19 de fevereiro de 2014
REFERÊNCIA
NEWS.MED.BR, 2014. JAMA: efeito do citalopram na agitação
de pacientes com doença de Alzheimer. Disponível em:
<http://www.news.med.br/p/medical-journal/524784/jama-efeito-do-citalopram-na-agitacao-de-pacientes-com-doenca-de-alzheimer.htm>.
Acesso em: 24 fev. 2014