O Brasil ficou na antepenúltima posição em um
ranking de 40 países que avaliou tratamentos paliativos para pacientes em
estado terminal. O estudo, feito pela consultoria Economist Intelligence
Unit, analisou a disponibilidade, o custo e a qualidade destes tratamentos.
Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia lideraram o ranking geral. O Brasil
ficou na 38ª posição, à frente apenas de Uganda e Índia.
A lista incluiu 30 integrantes da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e outros 10 países com dados
disponíveis.
"Os países na lanterna incluem, sem surpresa,
países em desenvolvimento e dos Brics, como China, México, Brasil, Índia e
Uganda, onde, apesar de exceções notáveis de excelência... avanços em prover
tratamento no fim da vida são lentos", disse o estudo.
"Não é surpresa encontrar países como
Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia no topo do ranking, dado a relativa
riqueza, infraestrutura e longo reconhecimento da importância de desenvolver
estratégias nacionais de saúde no fim da vida".
Diferenças culturais
O Brasil também ficou nas últimas posições no quesito disponibilidade de
tratamentos, ocupando a 36ª posição, à frente apenas de Eslováquia, Portugal,
Rússia e China. Essa lista também foi liderada por Grã-Bretanha, Nova Zelândia
e Austrália.
Sheila Payne, diretora do Observatório
Internacional para Tratamento no Fim da Vida, disse que a baixa pontuação de
nações em desenvolvimento "se deve à falta de financiamento e
reconhecimento nestes países sobre políticas públicas de saúde em tratamento
paliativo".
O relatório também aponta para razões culturais que
influenciam no tratamento dado a pacientes terminais, como os tabus fortes
sobre morte em países como Japão, China e na Índia, onde muitas família preferem
ocultar do paciente sua real condição médica para protegê-lo.
Já nos Estados Unidos, parece imperar a política do
"manter vivo custe o que custar", sugere o texto.
"Somos o epicentro das tecnologias que nos
permitem deixar as pessoas vivas por mais 60 dias sem nenhuma melhora no
resultado, mas com um aumento substancial nos custos", disse Paul Keckley,
diretor-executivo do Centro Deloitte para Soluções de Saúde, braço da
consultoria Deloitte, citado no relatório.
"E quanto mais fundamentalista, evangélico ou
conservador (for a família), menos as pessoas irão desafiar a opinião médica ou
pedir por algo que não seja recomendada pelo médico".
Conhecimento público de tratamentos
O Brasil também ficou nas últimas posições no ranking de conhecimento público sobre
tratamentos disponíveis no fim da vida.
Numa escala que mediu o nível de conhecimento de 1
a 5, o Brasil ficou no grupo 2, junto com Finlândia, Índia, Itália, México,
Portugal, Rússia, Suíça, entre outros países. Bélgica, Irlanda e Grã-Bretanha
lideraram a lista.
Fonte:
CRF-RJ (Conselho Regional de Farmácia do rio de Janeiro)
DATA:
08/10/2015
REFERÊNCIA: