quinta-feira, 26 de março de 2015

Mongersen, medicamento oral para a Doença de Crohn, teve os resultados preliminares publicados pelo NEJM

A inflamação relacionada à doença de Crohn é caracterizada por uma atividade reduzida da citocina imunossupressora fator de crescimento transformante (TGF-β1), devido a níveis elevados de SMAD7, um inibidor de sinalização de TGF-β1. Estudos pré-clínicos e um estudo de fase 1 mostraram que o oligonucleotídeo antisense SMAD7 oral, o mongersen, tem como alvo o SMAD7 ileal e colônico.
Em um ensaio clínico de fase 2, duplo-cego, controlado por placebo, foi avaliada a eficácia de mongersen para o tratamento de pessoas com doença de Crohn ativa. Os pacientes foram randomizados para receber 10, 40 ou 160 mg de mongersen ou placebo, por dia, durante duas semanas. Os desfechos primários foram a remissão clínica no dia 15, definida pelo Índice de Atividade da doença de Crohn (Crohn’s Disease Activity Index ou CDAI) com pontuação inferior a 150, com manutenção da remissão por pelo menos duas semanas, e a segurança do tratamento com mongersen. Um resultado secundário foi a resposta clínica (definida como uma redução de 100 pontos ou mais na pontuação do CDAI) no dia 28.
As proporções de pacientes que atingiram o desfecho primário foi de 55% e 65% para os grupos mongersen 40 mg e 160 mg, respectivamente, em comparação com 10% para o grupo do placebo (p<0,001). Não houve diferença significativa na porcentagem de participantes que atingiram remissão clínica entre o grupo de 10 mg (12%) e o grupo do placebo. A taxa de resposta clínica foi significativamente maior entre os pacientes que receberam 10 mg (37%), 40 mg (58%) ou 160 mg (72%) de mongersen do que entre aqueles que receberam placebo (17%) (p=0,04, p<0,001 e p<0,001, respectivamente). A maioria dos eventos adversos foi relacionada a complicações e sintomas da doença de Crohn.
Observou-se que os participantes do estudo com doença de Crohn ativa que receberam mongersen apresentaram taxas significativamente maiores de remissão e resposta clínica do que aqueles que receberam placebo.
Estudos de longo prazo para avaliar tanto a segurança, quanto a eficácia do mongersen precisam ser realizados, juntamente com pesquisas que comparem este novo medicamento às terapias já existentes.


Fonte: NEWS MED
DATA: 19/03/2015



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