Condição neurológica que atinge
de 1% a 2% da população brasileira, a epilepsia pode se manifestar em qualquer
idade, mas costuma apresentar a primeira crise, com maior frequência, em
crianças com menos de dois anos. Hoje (26), a campanha mundial Purple Day vem
usar a cor lilás para chamar a atenção da população sobre essa condição.
A neurologista infantil e do
adolescente Alessandra Freitas, mestre em medicina pela Universidade de São
Paulo, explica que as crises de epilepsia são ocasionadas por descargas elétricas
anormais no cérebro, “uma atividade cerebral errada”. Em alguns casos, a pessoa
nasce com essa condição, em outros, ela pode ser ocasionada por lesões e por
síndromes, entre outros fatores.
A duração da epilepsia também
varia. Em algumas pessoas, desaparece na adolescência, em outras tem que ser
controlada por medicamentos por toda a vida. Em 80% dos casos, o paciente pode
ter uma vida normal, usando a medicação.
De acordo com a especialista, o
sintoma da crise depende da área cerebral envolvida, tem início súbito e cessa
espontaneamente ou, quando muito prolongada, com o uso de remédios. Essas
crises podem durar segundos ou poucos minutos e se manifestar de formas
diferentes.
Em alguns casos, a pessoa fica
ausente, parada com o olhar fixo, em outros é como se ela levasse um pequeno
susto. No tipo mais conhecido, a pessoa tem movimentos involuntários com os
músculos, pode se contorcer, babar e, algumas vezes, urinar e vomitar. Depois
que passa, ela não tem consciência do que aconteceu.
Nas crises mais violentas, é
importante que quem esteja próximo saiba como agir. Nesse caso, devem ser
afastados objetos que ofereçam risco, deve-se dar espaço para a pessoa respirar
e proteger a cabeça dela, posicionando-a de lado.
Segundo a Assistência à Saúde de
Pacientes com Epilepsia, é Importante não dar água para a pessoa que está tendo
uma crise, não esfregar álcool ou outras substâncias, não colocar objetos na
boca, não puxar a língua e também saber que a saliva não passa epilepsia.
O controle das crises é importante
não só para a segurança e o conforto do paciente, mas também porque elas podem
ocasionar sequelas, como perda de memória, perdas cognitivas e falta de
atenção.
Segundo a presidenta da Federação
Brasileira de Epilepsia, Carolina Doretto, o diagnóstico é primariamente
clínico, mas posteriormente são necessários exames. “É importante o paciente ou
o familiar fornecer para o médico todas as informações de como é a crise, se
tem horário especifico, quanto dura, quantas vezes ao dia e ao mês”, explica.
Carolina conta que a rede pública
de saúde oferece uma boa gama de medicamentos para a doença. Porém, em cerca de
20% dos casos o paciente não consegue evitar as crises com remédios e, algumas
vezes, é preciso uma intervenção cirúrgica.
Para Carolina, embora a
tecnologia avance, com medicamentos mais adequados e mais capazes de controlar
as crises, o preconceito permanece. “Avança tudo, mas não avança na quebra do
preconceito. As crianças são discriminada na escola, a família superprotege ou
renega a criança, o adulto não consegue acesso ou permanência no mercado de
trabalho. Nisso ainda temos que avançar muito”.
Fonte: Agência Brasil
Fonte:
ANVISA (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA)
DATA:
26/03/2015
REFERÊNCIA :
Disponível
em:
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