Existem dados
conflitantes sobre o efeito do uso de digoxina sobre a mortalidade
em pacientes com fibrilação atrial (FA) ou com insuficiência
cardíaca congestiva (ICC). O objetivo desta revisão
sistemática e meta-análise publicada pelo European Heart Journal foi
fornecer uma análise detalhada dos dados disponíveis atualmente.
Pesquisando
os bancos de dados MEDLINE e COCHRANE (1993-2014), estudiosos
coordenados por Stefan H. Hohnloser, professor de cardiologia na J.W. Goethe
University, em Frankfurt, avaliaram os efeitos da digoxina sobre todas as
causas de mortalidade em indivíduos com fibrilação atrial (FA) ou insuficiência
cardíaca congestiva (ICC). Foi identificado um total de 19
estudos completos. Nove tratando de pacientes com FA, sete de pacientes que
sofrem de ICC e três com ambas as condições clínicas. Com base na análise dos
resultados de mortalidade ajustados, de todos os 19
estudos, compreendendo 326.426 pacientes, o uso da digoxina foi associado a um
aumento do risco relativo de mortalidade por
qualquer causa. Em comparação com indivíduos que não recebem glicosídeos, a
digoxina foi associada a um aumento do risco de mortalidade
de 29% no subgrupo de publicações que compreendem 235.047 pacientes com FA. Entre 91.379 pacientes com insuficiência
cardíaca, o risco de mortalidade associado à
digoxina aumentou 14%.
A presente
revisão sistemática e meta-análise sugere que o uso da digoxina está associado
a um aumento do risco de mortalidade,
particularmente entre pacientes que sofrem de FA, especialmente quando não há um controle adequado do
nível sérico de digoxina. A análise de sensibilidade, no entanto, sugere que os
efeitos negativos da digoxina são particularmente evidentes na população com FA, mas um pouco menos desfavoráveis na população com ICC.
Outros ensaios clínicos randomizados sobre a terapia com digoxina
devem ser realizados. Até que tais ensaios estejam concluídos, a digoxina deve
ser usada com grande cautela e monitoração, particularmente quando administrada
para o controle da frequência cardíaca em pacientes com FA.
Fonte:
NEWS MED
DATA:
07/05/2015
REFERÊNCIAS:
Disponível
em:
eurheartj.oxfordjournals.org
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