Os primeiros testes realizados com
a substância fosfoetanolamina sintética, conhecida popularmente como “pílula do
câncer”, realizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que
investiu a "pílula do câncer" após pressão de pacientes que relatavam
melhora após usar a droga.
Segundo as análises realizadas pela MCTI, mostraram
que a substância não é pura, como asseguravam seus criadores, contendo mais
cinco componentes na cápsula e que ela não apresenta atividade contra o câncer em
testes in vitro.
Em novembro do ano passado, o governo havia
anunciado o investimento de R$ 10 milhões para a pesquisa. A substância, criada
pelo professor aposentado Gilberto Chierice, do Instituto de Química da
Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, é distribuída há mais de 20 anos
e não tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para
ser usada como medicamento.
A quantidade de fosfoetanolamina por cápsula é de
32,2% e que outra substância presente na fórmula, chamada monoetanolamina,
apresentou capacidade de reduzir a proliferação de células cancerígenas. “Um
dos componentes tem uma pequena atividade, mas é muito marginal, menor do que a
apresentada por tratamentos convencionais.” Segundo Luiz Carlos Dias, professor
titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),
que atuou na pesquisa do MCTI na etapa de caracterização e síntese dos
componentes da cápsula.
Luiz Carlos Dias explica que ainda serão feitos
testes in vivo, que devem incluir animais de pequeno porte, cujos resultados
devem sair em um mês. Outra questão preocupante, segundo o pesquisador,
foi o fato de as cápsulas não terem a mesma quantidade de substância. Em 16
amostras pesadas, a quantidade variava de 233 miligramas a 368 miligramas. O
rótulo indicava que deveria haver 500 mg por cápsula. “Cada uma tinha uma
quantidade. Isso indica um processo artesanal.”
O ministério informou que os resultados são
preliminares e que “não existe ainda um laudo conclusivo sobre a substância”.
FONTE: Conselho Federal de Farmácia - CFF
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