DURHAM, EUA - Pesquisadores da
Universidade de Duke, nos Estados Unidos, conseguiram interromper a progressão
do mal de Alzheimer em camundongos. Com estudo publicado ontem no “Journal of
Neuroscience”, eles acreditam estar perto da possível causa da doença e de uma
nova estratégia para desenvolver uma terapia. Hoje, mais de 44 milhões de
pessoas sofrem de demência, sobretudo o Alzheimer, e não há tratamento para
reverter ou reduzir os sintomas.
A maioria das linhas de pesquisa
sobre o Alzheimer é focada no papel da amiloide, uma proteína que se acumula no
cérebro em forma de placas e provoca a morte dos neurônios à medida que o mal
progride.
Mas, desta vez, o estudo voltou
sua atenção para o sistema imunológico do cérebro e mostrou que as micróglias —
células que defendem o sistema nervoso de qualquer sinal de infecção — têm um
papel fundamental no desenvolvimento da demência.
— A pesquisa abre portas para
pensar a doença de uma maneira completamente diferente — anima-se a professora
de neurologia da universidade e principal autora do estudo, Carol Colton. — Os
trabalhos de campo têm se voltado para a amiloide nos últimos 15, 20 anos, e
nós decidimos observar outras coisas porque ainda não entendemos o mecanismo da
doença ou como desenvolver terapias eficientes.
Os pesquisadores notaram,
portanto, que, no início dos sinais de Alzheimer, as micróglias ativam a
produção da molécula CD11, que suprime o sistema imunológico e consome a
arginina, importante nutriente e protetor do cérebro. A molécula foi encontrada
em altas concentrações nas regiões envolvidas com a memória, onde os neurônios
tinham morrido.
DROGA JÁ
TESTADA EM CÂNCER
A droga conhecida como
di-fluorometilornitina (DFMO) já está sendo testada em humanos para certos
tipos de câncer e nunca tinha sido usada em pesquisas de Alzheimer. Neste caso,
ela foi usada para bloquear a CD11 no estágio inicial da doença em camundongos,
quando os sintomas eram pouco aparentes. Como resultado, os cientistas notaram
uma menor concentração da molécula e de placas amiloides no cérebro dos
animais, que também se saíram melhor em testes de memória. A ideia agora é
testar se a droga também é capaz de reverter sinais mais expressivos da doença.
— O bom resultado do uso da droga
é um forte indicador de que podemos estar num caminho interessante e válido
para compreender como a patologia começa — acrescenta Carol. — Há a
possibilidade de que outros agentes com base nesta droga sejam desenvolvidos
para um uso eficaz e seguro na interrupção do início do Alzheimer em humanos.
A arginina é um aminoácido
essencial para vários processos corporais, incluindo a divisão celular, a
cicatrização e as respostas imunitárias. Ela pode ser encontrada em suplementos
disponíveis no mercado ou em alimentos, incluindo produtos lácteos, carne,
nozes e grão de bico. No entanto, não adianta sair esvaziando as prateleiras de
supermercados se a ideia é usar tais alimentos contra o Alzheimer. A equipe da
Duke explicou que ingerir mais arginina não teria qualquer impacto sobre a
redução do risco de Alzheimer. Isso porque uma densa malha de células e vasos
sanguíneos chamada barreira sangue-cérebro determina a quantidade de
aminoácidos capaz de penetrar o cérebro. Além disso, quando dentro do órgão, a
arginina teria seus níveis controlados por processos naturais, sendo quebrada
pela enzima arginase.
Fonte: O Globo
Fonte:
CFF (Conselho Federal de Farmácia)
DATA:
16/04/2015
REFERÊNCIA:
Disponível
em:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não deixe de fazer seu comentário.. Estamos lhe esperando, com possíveis dúvidas, elogios e críticas saudáveis.. Cordialmente CIM Santarém