Crianças
com formas severas de epilepsia que não estão respondendo a tratamentos podem
encontrar esperança em uma versão líquida da maconha medicinal. É o que indica
estudo divulgado nesta segunda-feira, que será apresentado na 67ª Reunião
Internacional da Academia Americana de Neurologia, em Washington, DC. O
encontro começa no próximo sábado.
A
pesquisa - apoiada pelo GW Pharmaceuticals, laboratório fabricante de
medicamentos a base de compostos da maconha - teve 213 participantes, incluindo
crianças e adultos, com uma idade média de 11 anos. Todos eles eram portadores
de epilepsia grave que não respondiam a outros tratamentos. Os participantes
tinham doenças como síndrome de Dravet e síndrome de Lennox-Gastaut, tipos de
epilepsia que podem levar à deficiência intelectual e convulsões ao longo da
vida.
Os
participantes receberam diariamente, por via oral, um extrato líquido a base de
canabidiol (CBD), composto da maconha que não possui efeitos psicoativos. Todos
os participantes sabiam que estavam recebendo o remédio no estudo, que foi
elaborado para determinar se a droga era segura e bem tolerada.
Os
resultados mostraram melhoria nos quadros dos participantes. Para as 137
pessoas que completaram o estudo de 12 semanas, o número de convulsões teve uma
redução média de 54%. Entre os 23 portadores de síndrome de Dravet que
participaram, a queda foi de 53%. Para os 11 com síndrome de Lennox-Gastaut, o
número das chamadas apreensões átonas, que causam uma perda súbita do tônus
muscular, a diminuição foi de 55%.
Doze
pessoas (6% do total) pararam de tomar o remédio devido aos efeitos colaterais.
As consequências indesejadas do uso da droga, que ocorreram em mais de 10% dos
participantes, incluíram sonolência (21%), diarreia (17%), cansaço (17%) e
diminuição do apetite (16%).
De
acordo com Orrin Devinsky, diretor do Centro de Epilepsia da Universidade de
Nova York e membro da Academia Americana de Neurologia, a eficácia da droga
ainda deverá ser testada em novos estudos, com uso de placebo, por exemplo.
-
Até agora tem havido poucos estudos formais sobre esse extrato de maconha -
afirmou. - Os resultados são de grande interesse, especialmente para as
crianças e seus pais, que têm buscado uma resposta para esses ataques
debilitantes.
TEMA MOBILIZA MÃES E PAIS NO BRASIL
No
Brasil, mães e pais de crianças com epilepsia têm se mobilizado em prol da
legalização da maconha medicinal. Em janeiro, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) aprovou resolução que tirou o canabidiol da lista de
substâncias proibidas, o que não significa a concessão automática de registro
de remédios feitos a partir de CBD. Ativistas argumentam que ainda são
necessários novos avanças, como diminuir as restrições para a prescrição
médica, reclassificar o THC e outros compostos da maconha, e regulamentar o
cultivo para fins medicinais.
Fonte:
O Globo
Fonte:
CRF-PA (Conselho Regional de Farmácia-PA)
DATA:
20/04/2015
REFERÊNCIA:
Disponível
em:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não deixe de fazer seu comentário.. Estamos lhe esperando, com possíveis dúvidas, elogios e críticas saudáveis.. Cordialmente CIM Santarém