quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Remédio reduz placas de proteína no cérebro

Estudos anteriores indicavam que os neurônios de pacientes com Alzheimer não respondiam bem ao hormônio insulina e que pessoas com diabetes tipo 2 são mais propensas a desenvolver o Alzheimer. Nesse tipo de diabetes, o organismo se torna resistente à insulina.
Já no Alzheimer, há o que eles chamam de nova forma de diabetes no cérebro, ou seja, a resistência ao hormônio ocorre no órgão e afeta os neurônios.
Embora não haja consenso definitivo sobre as causas exatas do Alzheimer, sabe-se que o cérebro acumula placas da proteína beta-amiloide que levam à morte das células nervosas.
Na verdade, é o acúmulo de pequenos grupos de beta-amiloide chamados oligômeros que leva à destruição das sinapses (a comunicação entre os neurônios).
Eles, desta forma, provocam a perda das funções dos neurônios e aumentam a resistência à insulina, importante na formação de memórias.
— Se os neurônios não respondiam mais à insulina, resolvemos tentar uma droga que resolvesse este problema, e os resultados foram melhores do que o esperado.
Ela conseguiu prevenir e reverter danos à memória em estágio avançado da doença — explica Ferreira. — Além de investigar o mecanismo de ambas as doenças, testamos a liraglutida, que simula os efeitos da insulina na célula, mas não é o hormônio em si.
Ela funciona para aqueles que não respondem à insulina diretamente e age por outras vias, como se fosse um atalho.
FÓRMULA INTRANASAL
Os testes foram feitos, no Rio de Janeiro, com camundongos e em neurônios isolados cultivados em laboratório. E no Canadá, com macacos.
A droga conseguiu bloquear o efeito tóxico dos oligômeros e reverter os danos à memória.
O próximo passo é investigar formas de adaptar a droga para agir apenas no cérebro sem afetar o resto do organismo.
A ideia é administrar a fórmula via intranasal.
— O diabetes provoca alterações vasculares que induzem à demência — afirma o endocrinologista Marcus Leitão, do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE). — Qualquer iniciativa que controle os sintomas pode retardar o surgimento do Alzheimer.

FONTE: CFF (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA)
Data: 05/12/2013

REFERÊNCIA