quinta-feira, 26 de março de 2015

Pesquisa inédita revela que amamentação pode aumentar inteligência

Se os efeitos imediatos da amamentação sobre a saúde e o desenvolvimento dos bebês já é reconhecido – oferecendo proteção a doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de reduzir o risco de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade –, os impactos em longo prazo acabam de ser revelados por uma pesquisa inédita, realizada por pesquisadores da Universidade de Pelotas, que acompanhou 3,5 mil recém-nascidos durante mais de três décadas. Segundo a publicação, uma criança amamentada por pelo menos um ano obteve, aos trinta anos, quatro pontos a mais de QI e acréscimo de R$ 349 na renda média.
O estudo, realizado desde 1982, comprova que, quanto mais duradouro o período de amamentação na infância, maiores os níveis de inteligência e renda média na vida adulta até os 30 anos. É o primeiro estudo no Brasil a mostrar o impacto no QI e o primeiro internacionalmente a verificar a influência na renda. O estudo foi publicado nesta quarta-feira (18) pela The Lancet, uma das publicações científicas mais importantes do mundo.
Outra questão inédita do estudo é mostrar que, no Brasil, os níveis de amamentação estão distribuídos de forma homogênea entre diferentes classes sociais, não sendo mais frequente entre mulheres com maior renda e escolaridade. Para a realização da pesquisa, os responsáveis pelo estudo, Cesar Victora e Bernardo Horta, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), contaram com financiamento do Ministério da Saúde e de entidades como o CNPQ, a FAPERGS, a Wellcome Trust e o International Development Research Center, do Canadá. 
“O papel do Ministério da Saúde com a promoção de campanhas educativas e outras ações desenvolvidas a nível nacional, inclusive com o estímulo a adoção da iniciativa Hospital Amigo da Criança e da criação dos bancos de leite, é fundamental nesse processo. Isso se transforma em algo concreto que é o aumento da prevalência de amamentação no Brasil, reconhecido, inclusive, fora do país”, comenta o pesquisador Bernardo Horta.
Os efeitos benéficos da amamentação, como o impacto direto na inteligência, são explicados pela presença de ácidos-graxos saturados de cadeia longa no leite materno, essenciais para o desenvolvimento do cérebro.
METODOLOGIA: 
As informações sobre o desempenho nos testes de QI e o tempo de amamentação foram obtidas entre 3.493 participantes da amostra inicial de nascidos em Pelotas em 1982. Nos primeiros anos de vida das crianças os pesquisadores coletaram dados sobre o tempo de amamentação de cada criança. Quando estavam com 30 anos, em média, os participantes realizaram testes de QI (Escala de Inteligência Wechsler para Adultos, terceira versão), e as informações sobre grau de escolaridade e nível de renda também foram coletadas.
Os pesquisadores dividiram esse universo de mais de 3,4 mil pessoas em cinco grupos com base na duração do aleitamento quando bebês, fazendo o controle para dez variáveis sociais e biológicas que podem contribuir para o aumento de QI, entre elas, renda familiar ao nascimento, grau de escolaridade dos pais, ancestralidade genômica, tabagismo materno durante a gravidez, idade materna, peso ao nascer e tipo de parto.
PREVALÊNCIA DE AMAMENTAÇÃO 
            Levantamento do Ministério da Saúde realizado em todas as capitais e Distrito Federal, além de outros 239 municípios e que somou informações de aproximadamente 118 mil crianças – mostra que o tempo médio do período de Aleitamento Materno no país cresceu um mês e meio: passou de 296 dias, em 1999, para 342 dias, em 2008. O estudo também revelou um aumento do percentual de mulheres que realizam o Aleitamento Materno Exclusivo em crianças menores de quatro meses. Em 1999, era de 35%, passando para 51% em 2008. Outro resultado importante está relacionado com o aumento, em média, de um mês na duração do Aleitamento Materno Exclusivo (AME) nas capitais e Distrito Federal. Em 1999, a duração do AME era de 24 dias e, em 2008, passou a ser de 54 dias – ou seja, mais que dobrou.
Em 2008, 41% das mães brasileiras amamentavam exclusivamente nos primeiros seis meses de vida do bebê. Atualmente, o Ministério da Saúde trabalha na elaboração de novo estudo e, observando a tendência de crescimento, estima um aumento, nos últimos sete anos, de 10,2% no número de crianças sendo amamentadas exclusivamente até seis meses. Estudos mostram que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos. Mais do que é evitado pela vacinação ou pelo saneamento básico, segundo a OMS.
“Os programas que temos desenvolvido ao longo desses anos tem feito a diferença em relação ao aumento da prevalência de aleitamento materno. Os impactos positivos mostrados pela pesquisa da Universidade de Pelotas são mais um motivo para o investimento contínuo do Ministério da Saúde, pensando no desenvolvimento pleno das crianças durante a vida.”, afirma o coordenador de saúde da criança e aleitamento materno do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha.
AÇÕES:
O Ministério da Saúde realiza diversas ações relacionadas à amamentação. Entre elas, estão a Campanha Nacional de Amamentação, a Campanha Nacional de Doação de Leite, vinculada aos Bancos de Leite Humano, que terá sua edição 2015 lançada em 19 de maio, o incentivo ao Método Canguru, a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, voltado para a atenção básica, o Apoio à Mulher Trabalhadora que Amamenta, além de estratégias como a Rede Cegonha (presente em mais de 5 mil municípios) e a iniciativa Hospital Amigo da Criança, com 323 unidades em todo o país.
Cada litro de leite doado nos Bancos de Leite Humano pode atender até 10 recém-nascidos, dependendo da necessidade. O Brasil conta com 215 Bancos de Leite e 145 Postos de Coleta, representando a maior Rede de Bancos de Leite do mundo.
Em 2012, o Brasil alcançou a meta 4 do Objetivos do Milênio, de redução da mortalidade na infância - menores que 5 anos -, três anos antes do prazo estabelecido pela ONU e com um dos melhores resultados do mundo, diminuição de 77%.
Fonte: Ministério da Saúde


Fonte: CRF-PA (Conselho Regional de Farmácia-Pará)
DATA: 20/03/2015

REFERÊNCIAS:



Mongersen, medicamento oral para a Doença de Crohn, teve os resultados preliminares publicados pelo NEJM

A inflamação relacionada à doença de Crohn é caracterizada por uma atividade reduzida da citocina imunossupressora fator de crescimento transformante (TGF-β1), devido a níveis elevados de SMAD7, um inibidor de sinalização de TGF-β1. Estudos pré-clínicos e um estudo de fase 1 mostraram que o oligonucleotídeo antisense SMAD7 oral, o mongersen, tem como alvo o SMAD7 ileal e colônico.
Em um ensaio clínico de fase 2, duplo-cego, controlado por placebo, foi avaliada a eficácia de mongersen para o tratamento de pessoas com doença de Crohn ativa. Os pacientes foram randomizados para receber 10, 40 ou 160 mg de mongersen ou placebo, por dia, durante duas semanas. Os desfechos primários foram a remissão clínica no dia 15, definida pelo Índice de Atividade da doença de Crohn (Crohn’s Disease Activity Index ou CDAI) com pontuação inferior a 150, com manutenção da remissão por pelo menos duas semanas, e a segurança do tratamento com mongersen. Um resultado secundário foi a resposta clínica (definida como uma redução de 100 pontos ou mais na pontuação do CDAI) no dia 28.
As proporções de pacientes que atingiram o desfecho primário foi de 55% e 65% para os grupos mongersen 40 mg e 160 mg, respectivamente, em comparação com 10% para o grupo do placebo (p<0,001). Não houve diferença significativa na porcentagem de participantes que atingiram remissão clínica entre o grupo de 10 mg (12%) e o grupo do placebo. A taxa de resposta clínica foi significativamente maior entre os pacientes que receberam 10 mg (37%), 40 mg (58%) ou 160 mg (72%) de mongersen do que entre aqueles que receberam placebo (17%) (p=0,04, p<0,001 e p<0,001, respectivamente). A maioria dos eventos adversos foi relacionada a complicações e sintomas da doença de Crohn.
Observou-se que os participantes do estudo com doença de Crohn ativa que receberam mongersen apresentaram taxas significativamente maiores de remissão e resposta clínica do que aqueles que receberam placebo.
Estudos de longo prazo para avaliar tanto a segurança, quanto a eficácia do mongersen precisam ser realizados, juntamente com pesquisas que comparem este novo medicamento às terapias já existentes.


Fonte: NEWS MED
DATA: 19/03/2015



Lote do medicamento Sinot Clav, da Eurofarma, é suspenso por presença de parafuso numa unidade.

A Anvisa realizou suspensão da distribuição, comercialização e uso do lote nº 347798 do medicamento Sinot Clav 400 mg + 57 mg/5 ml suspensão oral, fabricado pela empresa Eurofarma Laboratórios S.A.
A Agência foi comunicada sobre o desvio de qualidade pela própria empresa, que constatou a presença de um parafuso numa das unidades do lote do medicamento.
O laboratório irá promover o recolhimento dos produtos existente no mercado.
A medida consta da Resolução nº 824, publicada nesta terça-feira (17/3) no Diário Oficial da União (DOU).


Fonte: ANVISA (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA)
DATA: 17/03/2015

REFERÊNCIA: