quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Autoridades em medicamentos firmam compromisso para combate ao ebola



A Coalizão Internacional de Autoridades Reguladoras de Medicamentos (ICMRA, sigla em inglês), publicou uma declaração sobre o ebola logo após a Conferência Internacional de Autoridades Reguladoras de Medicamentos, realizada no Rio de Janeiro.
O texto informa que as autoridades reguladoras de medicamentos de todo o mundo firmaram compromisso de encontrar soluções inovadoras que facilitem a avaliação e o acesso potencial a novos medicamentos para o tratamento do Ebola.
A Anvisa faz parte do ICMRA e foi uma das principais articuladoras para criação do grupo. Além da Agência, a Coalização também é formada pelas autoridades regulatórias Health Canada (Canadá); Therapeutic Goods Administration (Austrália); China Food and Drug Administration (China); Agência Europeia de Medicamentos (União Europeia); Autoridade Reguladora de Produtos de Saúde (Irlanda); Agência Italiana de Medicamentos (Itália); Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão e a Agência de Produtos Médicos e Farmacêuticos (Japão); Medicines Evaluation Board (Holanda); Health Sciences Authority (Singapura); Medicines Control Council (África do Sul); Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (Reino Unido); Food and Drug Administration (Estados Unidos).
Confira, abaixo, a íntegra da nota:   
O maior, mais grave e mais complexo surto de Ebola da história tornou evidente a ausência de medicamentos autorizados para tratar ou prevenir esta terrível doença que aflige pessoas em alguns países da África Ocidental.  
Diante desse surto, as autoridades reguladoras de medicamentos em todo o mundo se comprometeram em intensificar a cooperação entre si e com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para encorajar a elaboração de dossiês regulatórios e a análise das informações submetidas acerca de possíveis novos medicamentos. O objetivo é acelerar o acesso a terapias investigativas para pacientes que mais precisem de tratamento durante o surto atual. Essa cooperação intensificada também busca assegurar que, no futuro, as autoridades públicas de saúde dos países afetados pelo Ebola tenham medicamentos seguros e eficazes, o que fortalece sua capacidade de uma resposta efetiva à doença e que vidas sejam salvas.   
Este foi o compromisso firmado pelos membros da Coalizão Internacional de Autoridades Reguladoras de Medicamentos (ICMRA) durante a 16ª Conferência Internacional Autoridades Reguladoras de Medicamentos (ICDRA), realizada na cidade do Rio de Janeiro, de 24 a 29 de agosto de 2014.
Na última década, pesquisas foram realizadas com medicamentos e vacinas para a proteção ou o combate ao Ebola. Alguns dos medicamentos e vacinas estudados tiveram resultados encorajadores em laboratório e com o uso de animais. Todavia, a segurança e eficácia desses medicamentos e vacinas em humanos ainda não foi avaliada. Esses produtos podem, inclusive, apresentar riscos ainda não identificados. Além disso, esses tratamentos podem não ter a eficácia desejada ou até mesmo piorar a situação dos pacientes com Ebola.
O papel das autoridades reguladoras de medicamentos é de avaliar as evidências geradas pelos estudos clínicos e fazer uma análise de risco para saber se tais produtos podem ser utilizados de forma segura, seja de forma preventiva, seja como tratamento. Os países mais afetados pelo atual surto de Ebola não têm, em sua maioria, sistemas rotineiros de coleta de dados confiáveis. Em uma crise como a que se apresenta, é um grande desafio encontrar soluções práticas que garantam a coleta e o acesso aos dados, de forma que as decisões acerca dos riscos e benefícios possam ser tomadas com base em evidências científicas precisas, evitando-se assim riscos indevidos aos pacientes.
Por isso, as agências reguladoras se comprometeram em compartilhar seus conhecimentos e considerar as evidências advindas da mais ampla gama de recursos possíveis para possibilitar tomadas de decisões diante de um nível elevado de incertezas científicas.  
Apesar de existirem medicamentos sendo desenvolvidos contra o Ebola, a maioria dos pacientes infectados pelo vírus não têm acesso a esses tratamentos. Por essa razão, as autoridades reguladoras enfatizam que a busca por intervenções farmacêuticas não desviem a atenção da necessidade de fortalecer os procedimentos de assistência básica de saúde como a gestão de fluidos e eletrólitos e a observância minuciosa do impacto e da contribuição desses procedimentos sobre a resposta à doença.
Deve-se ressaltar que a maneira mais efetiva de se combater o surto atual do Ebola ocorre por meio de medidas de atenção básica de saúde, tais como o controle de infecção, o isolamento, o rastreamento de pessoas expostas ao vírus e o uso de equipamentos de proteção.   
Esses temas serão discutidos na Reunião da Organização Mundial da Saúde sobre Potenciais Terapias e Vacinas contra o Ebola, que acontecerá de 4 a 5 de setembro de 2014, em Genebra. Neste encontro, terá papel fundamental a participação de especialistas de agências reguladoras do mundo inteiro.

FONTE: ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).  
Data: 10/09/2014

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Anvisa orienta uso de produto com Hedera helix para menores de dois anos



A Anvisa contraindica o uso de fitoterápicos contendo Hedera helix em crianças menores de dois anos de idade. A orientação é da Coordenação de Medicamentos Fitoterápicos e Dinamizados (Cofid) baseada na republicação do arcabouço legislativo de fitoterápicos em que foi reconhecida no Brasil a monografia elaborada pela Comunidade Europeia.
Essa monografia contra indica o uso de produtos a base de Hedera para menores de dois anos, devido ao risco de agravar os sintomas respiratórios. Além disso, de acordo com coordenadora da área, Ana Cecília Carvalho, os estudos existentes sobre a planta nessa faixa etária não são claros em diversos pontos, como, por exemplo, em quantas crianças menores de dois anos o produto foi testado ou a porcentagem de reações adversas ocorridas nessa faixa etária. Além disso, a RDC no137/2003 proíbe a indicação de produtos sedativos da tosse e expectorantes nessa faixa etária.
A Anvisa já enviou comunicados individuais às empresas que possuem fitoterápicos registrados contendo Hedera helix, solicitando essa alteração. A mudança deve ser implementada em até 30 dias após o recebimento do comunicado. As empresas tem um prazo máximo de seis meses para que as bulas/folhetos informativos e embalagens contendo a contraindicação estejam no mercado.

FONTE: ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)  
Data: 01/09/2014

REFERÊNCIA

Aumento do cálcio pode elevar a chance de ter diabetes tipo 2 em indivíduos com alto risco cardiovascular



A resistência à insulina e sua secreção dependem da homeostase do cálcio. Estudos transversais têm associado níveis elevados de cálcio sérico com marcadores do metabolismo prejudicado da glicose. No entanto, apenas um estudo de corte prospectivo demonstrou um aumento do risco de diabetes em indivíduos com aumento das concentrações de cálcio sérico. O objetivo do estudo publicado pelo periódico Diabetes Care foi investigar prospectivamente a associação entre as concentrações de cálcio sérico ajustado para a albumina e o risco de diabetes tipo 2 em pacientes com alto risco cardiovascular.
O projeto de pesquisa fez a avaliação prospectiva dos participantes a partir de dois estudos espanhóis em andamento, conhecidos como Prevención Dieta Mediterránea (PREDIMED), em que os níveis séricos de cálcio foram medidos no início do estudo e anualmente durante o acompanhamento.
Após um período de acompanhamento médio de 4,78 anos, ocorreram 77 novos casos de diabetes tipo 2. Um aumento dos níveis séricos de cálcio durante o seguimento foi relacionado ao aumento do risco de diabetes. Em comparação com os indivíduos no tercil mais baixo (-0,78 ± 0,29 mg/dL), a taxa de risco (HR) e IC 95% para a incidência de diabetes em indivíduos no tercil mais alto de mudança (0,52 ± 0,13 mg/dL) durante acompanhamento foi de 3,48 (IC 95% 1,48-8,17, p=0,01). Quando o cálcio sérico ajustado para a albumina foi analisado como uma variável contínua, pelo aumento de 1 mg/dL, a HR de incidência de diabetes foi de 2,87 (IC 95% 1,18-6,96; valor p=0,02). Estas associações permaneceram significativas após a exclusão dos indivíduos que tomavam suplementos de cálcio ou daqueles com níveis de cálcio fora do intervalo normal.
As conclusões do trabalho mostram que um aumento nas concentrações de cálcio sérico está relacionado com um aumento do risco de diabetes tipo 2 em indivíduos com alto risco cardiovascular.

FONTE: Diabetes Care, publicação online de 19 de agosto de 2014.
Data: 28/05/2014

REFERÊNCIA

NEWS.MED.BR, 2014. Aumento do cálcio pode elevar a chance de ter diabetes tipo 2 em indivíduos com alto risco cardiovascular, em publicação do Diabetes Care. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/medical-journal/564702/aumento-do-calcio-pode-elevar-a-chance-de-ter-diabetes-tipo-2-em-individuos-com-alto-risco-cardiovascular-em-publicacao-do-diabetes-care.htm>. Acesso em: 28 ago. 2014.

Medicamento cura macacos infectados com vírus similar ao ebola



Um medicamento experimental aplicado em macacos demonstrou ser eficaz no combate a infecções mortais, como a provocada pelo vírus Marburg, muito parecido com o ebola, informaram cientistas.
O Marburg é um vírus da mesma família do ebola e também causa fortes hemorragias, febre, vômitos e diarreia.
A probabilidade de morte é de 25% a 80% e, assim como o ebola, é transmitido pelo contato com fluidos corporais.
No estudo, feito com 16 macacos, foi testado um medicamento desenvolvido pela empresa canadense Tekmira Pharmaceuticals.
A droga funciona interferindo no modo como o vírus cresce assim que entra nas células do corpo.
Um grupo recebeu o tratamento entre 30 e 40 minutos após a exposição ao vírus letal, enquanto outros receberam o medicamento um, dois e três dias depois.
"Todos os animais tratados nos quatro estudos sobreviveram", afirmou o autor do estudo, Thomas Geisbert, professor de Microbiologia da University of Texas Medical Branch, em Galveston.
"Esta tecnologia poderia ter potencial para combater o ebola", destacou Geisbert.
Atualmente, não há nenhum medicamento ou vacina para a Ebola, que matou 1.350 pessoas e infectou 2.473 desde março em Serra Leoa, Nigéria, Guiné e Libéria.
Tekmira já iniciou a fase de testes em humanos da nova medicação e, em março, a americana FDA, a agência que regula o setor de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, deu sinal verde à companhia para agilizar o desenvolvimento do medicamento TKM-Ebola.
Os resultados do estudo foram publicados na revista "Science Translation Medicine".

FONTE: CRF-SP (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DE SÃO PAULO)
Data: 26/08/2014
                                                                                                                    
REFERÊNCIA