quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Resveratrol demonstra ter efeitos antimicrobianos contra a bactéria Propionibacterium acnes in vitro

O resveratrol (3,5,4'-trihidroxiestilbeno) é um antioxidante que tem múltiplos efeitos biológicos, incluindo propriedades antimicrobianas. A acne vulgar é uma doença pilossebácea caracterizada por uma resposta imunoinflamatória do hospedeiro à bactéria Propionibacterium acnes (P. acnes). Este estudo procurou determinar se o resveratrol pode ser um tratamento potencial para a acne vulgar.
Unidades formadoras de colônias (UFC) e microscopia eletrônica foram usadas para avaliar os efeitos antimicrobianos do resveratrol em bactérias P. acnes tratadas com resveratrol ou peróxido de benzoíla. O sangue de voluntários saudáveis foi colhido e ensaios com o 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-5-(3-carboximethoxifenil)-2-(4-sulfofenil)-2H-tetrazólio (MTS) foram usados para avaliar a citotoxicidade em monócitos e queratinócitos.
Os resultados demonstram que o resveratrol tem atividade antibacteriana sustentada contra o P. acnes, enquanto que o peróxido de benzoíla, um tratamento antibacteriano comumente usado para a acne demonstrou resposta bactericida de curto prazo. Uma combinação de resveratrol e peróxido de benzoíla apresentou atividade antibacteriana inicial elevada e inibição sustentada do crescimento bacteriano. A microscopia eletrônica do P. acnes tratado com resveratrol revelou morfologia bacteriana alterada, com perda de definição da membrana e perda de estruturas fimbriais extracelulares bem definidas. O resveratrol foi menos citotóxico que o peróxido de benzoíla.
Concluiu-se que a atividade antibacteriana prolongada e a citotoxicidade reduzida demonstradas nesta pesquisa pelo resveratrol versus o peróxido de benzoíla destacam o seu potencial como uma nova opção terapêutica ou como uma terapia adjuvante no tratamento futuro da acne vulgar.

REFERÊNCIAS
·         DERMATOLOGY AND THERAPY. Resveratrol Demonstrates Antimicrobial Effects Against Propionibacterium acnes In Vitro. Disponível em:< http://www.dermtherapy-open.com/Article/989af277-7848-4934-b013-1e6b1893af2f/Resveratrol_Demonstrates_Antimicrobial_Effects_Against_Propionibacterium_acnes_In_Vitro>. Acesso em: 8 out. 2014. 



Pacientes com cirrose e peritonite bacteriana espontânea não devem usar bloqueadores beta não-seletivos, de acordo com publicação da Gastroenterology

Bloqueadores beta não-seletivos (BBNSs) reduzem a pressão no sistema porta e o risco de hemorragia por varizes em pacientes com cirrose. No entanto, o desenvolvimento de peritonite bacteriana espontânea (PBE) nesses pacientes pode impedir o tratamento com BBNSs por causa de seus efeitos sobre a reserva circulatória. Foram investigados os efeitos dos BBNSs em pacientes com cirrose e ascite com e sem PBE.
Foi realizada uma análise retrospectiva de dados de 607 pacientes com cirrose que fizeram a primeira paracentese na Medical University of Vienna entre 2006 e 2011. Modelos de Cox foram calculados para investigar o efeito da BBNSs no tempo de sobrevida livre de transplante e ajustados para a classificação de Child-Pugh e a presença de varizes.
Os BBNSs aumentaram a sobrevida livre de transplante em pacientes sem PBE (taxa de risco=0,75; intervalo de confiança de 95%: 0,581-0,968; p=0,027) e reduziram os dias de internação de urgência (19,4 dias/ano para pacientes em uso de BBNSs versus 23,9 dias/ano para os doentes que não usaram BBNSs). Os BBNSs tiveram apenas efeitos moderados sobre a hemodinâmica sistêmica na primeira paracentese dos pacientes. No entanto, ao primeiro diagnóstico da PBE, a proporção de pacientes hemodinamicamente comprometidos, com pressão arterial sistólica (PAS)<100 mmHg, foi maior entre aqueles que receberam BBNSs (38% vs 18% daqueles que não tomavam BBNSs, p=0,002), assim como a proporção de pacientes com pressão arterial <82 mmHg (64% daqueles que tomavam BBNSs vs 44% daqueles que não tomavam BBNSs, p=0,006). Entre os pacientes com PBE, os BBNSs reduziram a sobrevida livre de transplante (taxa de risco=1,58; intervalo de confiança de 95%: 1,098-2,274, p=0,014) e aumentaram os dias de internação de urgência (29,6 dias/pessoa-ano em pacientes em uso de BBNSs vs 23,7 dia/pessoa-ano entre aqueles que não tomavam BBNSs). Uma maior proporção de pacientes em uso BBNSs tinha síndrome hepatorrenal (24% vs 11% naqueles que não tomavam BBNSs, p=0,027) e lesão renal aguda grau C (20% vs 8% para aqueles que não tomavam BBNSs, p=0,021).
Entre os pacientes com cirrose e PBE, os BBNSs aumentaram a proporção dos que estão hemodinamicamente comprometidos, o tempo de internação e o risco para a síndrome hepatorrenal e para a lesão renal aguda. Eles também reduziram a sobrevida livre de transplante. Pacientes com cirrose e PBE não devem receber BBNSs.
REFERÊNCIA
·         NEWS.MED.BR, 2014. Pacientes com cirrose e peritonite bacteriana espontânea não devem usar bloqueadores beta não seletivos, de acordo com publicação da Gastroenterology. Disponível em: < http://www.news.med.br/p/pharma-news/574107/pacientes-com-cirrose-e-peritonite-bacteriana-espontanea-nao-devem-usar-bloqueadores-beta-nao-seletivos-de-acordo-com-publicacao-da-gastroenterology.htm >. Acesso em: 3 out. 2014.