segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Vitamina C venosa e agentes quimioterápicos convencionais inibiram sinergicamente o câncer de ovário em cobaias, publicado pela Science Translational Medicine

O ácido ascórbico (vitamina C) é uma terapia pouco ortodoxa para o câncer, com um perfil de segurança excelente, mas com benefícios clínicos insignificantes. O ácido ascórbico oral foi ineficaz em dois ensaios clínicos de câncer, por isso foi abandonado pela oncologia convencional, mas continuou a ser usado na medicina complementar e alternativa.
 
Estudos recentes fornecem justificativa para a reavaliação do tratamento com o ácido ascórbico. Por causa de diferenças farmacocinéticas da vitamina C, o seu uso intravenoso, mas não oral, produz concentrações milimolares tanto no sangue como nos tecidos, matando células cancerosas sem danificar tecidos normais. No fluido que envolve as células tumorais intersticiais, as concentrações de ácido ascórbico milimolares exercem efeitos pró-oxidantes locais mediando a formação de peróxido de hidrogênio (HO), que mata as células cancerígenas.
 
Foram investigados os mecanismos de morte celular induzida pelo ácido ascórbico. Os dados mostram que o ácido ascórbico milimolar, agindo como um pró-oxidante, induz danos ao DNA e depleção de adenosina trifosfato (ATP), ativando a via mutada da ataxia telangiectasia (ATM)/proteína quinase ativada por adenosina monofosfato (AMPK) e resultou na inibição da proteína alvo de rapamicina de mamíferos (mTOR) e na morte de células de câncer de ovário. A combinação de ácido ascórbico parenteral com agentes quimioterápicos convencionais como a carboplatina e o paclitaxel inibiu sinergicamente o câncer de ovário em cobaias e reduziu a toxicidade associada à quimioterapia em pacientes com câncer de ovário.
 
Com base no seu potencial benefício e em sua toxicidade mínima, a avaliação do uso de ácido ascórbico intravenoso em combinação a alguns tipos de quimioterapia padrão se justifica em ensaios clínicos de larga escala.
 
 
REFERÊNCIA
NEWS.MED.BR, 2014. Vitamina C venosa e agentes quimioterápicos convencionais inibiram sinergicamente o câncer de ovário em cobaias, publicado pela Science Translational Medicine. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/saude/522564/vitamina-c-venosa-e-agentes-quimioterapicos-convencionais-inibiram-sinergicamente-o-cancer-de-ovario-em-cobaias-publicado-pela-science-translational-medicine.htm>. Acesso em: 13 fev. 2014.

FDA aprova Imbruvica para tratar a leucemia linfocítica crônica


 
A Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, expandiu a utilização aprovada do Imbruvica (ibrutinibe) para os pacientes com leucemia1 linfocítica crônica (LLC) que receberam pelo menos uma terapia anterior.

A LLC é uma doença rara do sangue2 e da medula óssea3 que geralmente se agrava lentamente ao longo do tempo, causando um aumento gradual dos glóbulos brancos chamados linfócitos B ou células4 B. O Instituto Nacional do Câncer5 dos Estados Unidos estima que 15.680 americanos foram diagnosticados e 4.580 morreram da doença em 2013.

O Imbruvica funciona bloqueando a enzima6 que permite que as células4 cancerosas cresçam e se dividam. Em novembro de 2013, a FDA concedeu a aprovação acelerada do Imbruvica para o tratamento de pacientes com linfoma7 não-Hodgkin de células4 do manto, um tipo raro e agressivo de câncer5, quando os pacientes já tinham recebido pelo menos um tratamento anterior.

Esta expansão de aprovação para o Imbruvica oferece uma nova opção de tratamento para pacientes8 com LLC cujo câncer5 progrediu apesar de ter sido submetido ao tratamento prévio, disse Richard Pazdur, diretor do Office of Hematology and Oncology Products no FDA’s Center for Drug Evaluation and Research. Ele ainda completou que a FDA concluiu sua revisão para esta nova indicação de Imbruvica de acordo com o processo de aprovação acelerada da agência, que desempenha um papel vital para a rápida disponibilização de uma nova terapia para aqueles que mais precisam.

A aprovação acelerada de Imbruvica para LLC é baseada em um estudo clínico com 48 participantes previamente tratados. Em média, os participantes foram diagnosticados com leucemia1 linfocítica crônica 6,7 anos antes do estudo e receberam quatro terapias anteriores. Todos os participantes do estudo receberam uma dose de 420 miligramas de Imbruvica, por via oral, até que o tratamento chegou a uma toxicidade inaceitável ou a doença progrediu. Os resultados mostraram que quase 58% dos participantes tiveram regressão de seu câncer5 após o tratamento (taxa de resposta global). No momento do estudo, a duração da resposta variou de 5,6-24,2 meses. A melhoria da sobrevida e dos sintomas9 relacionados à doença não foi estabelecida.

Os efeitos colaterais10 mais comuns observados no estudo clínico incluem baixos níveis de plaquetas11 no sangue2 (trombocitopenia12), diarreia13, hematomas14, diminuição dos glóbulos brancos (neutropenia15), baixa de glóbulos vermelhos (anemia16), infecção17 do trato respiratório superior, fadiga18, dor nos músculos19 e nos ossos (dor músculo-esquelética), erupção20 cutânea21, febre22 (pirexia23), prisão de ventre, edema24 periférico, dor nas articulações (artralgia25), náuseas26, feridas na boca (estomatite27), sinusite28 e tonturas29.

Imbruvica é fabricado pela Pharmacyclics, em Sunnyvale, na Califórnia.


REFERÊNCIA

NEWS. MED.BR, 2014. FDA aprova Imbruvica para tratar a leucemia linfocítica crônica. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/pharma-news/522924/fda-aprova-imbruvica-para-tratar-a-leucemia-linfocitica-cronica.htm>. Acesso em: 17 fev. 2014.