terça-feira, 7 de outubro de 2014

Uso de tranquilizante pode elevar risco de ALZHEIMER

O uso prolongado e indiscriminado de ansiolíticos e tranquilizantes pode aumentar o risco de o idoso desenvolver a doença de Alzheimer, mostra estudo publicado no "British Medical Journal".
Utilizados para tratar sintomas como ansiedade e insônia, os benzodiazepínicos (como Rivotril, Frontal e Lexotam) foram associados a um risco até 51% maior de desenvolvimento da demência.
A venda dessa classe de calmantes tem aumentado no Brasil, na contramão do que acontece em países como Inglaterra e Alemanha, onde o comércio tem caído.
A pesquisa foi feita por um grupo de cientistas canadenses e franceses usando dados do sistema de saúde de Québec (Canadá).
Foram comparados 1.796 casos de alzheimer em pessoas acima de 66 anos com 7.184 idosos saudáveis (da mesma faixa etária) por um período de seis anos antes do diagnóstico da doença.
Os resultados revelaram que quanto maior o tempo de uso do remédio, maior foi o risco da demência. Acima de 180 dias, por exemplo, houve o dobro de chances.
Na última década, várias pesquisas apontaram para essa associação, mas havia dúvidas se os medicamentos já não eram prescritos a pessoas com sinais da doença.
Segundo editorial do "BMJ", o atual estudo traz dados mais convincentes porque, entre outras coisas, usou um grupo-controle e ajustou as variáveis, como sintomas de ansiedade e agitação.
Ainda assim, não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito. "Os achados reforçam antigas suspeitas, mas é difícil provar com certeza absoluta que a medicação cause a neurodegeneração", diz Sophie Billioti de Gage, autora principal.
Ela ressalta, no entanto, que os médicos precisam pesar muito bem os benefícios e riscos ao indicar a medicação a um paciente idoso.
Segundo o psiquiatra Mário Eduardo Costa Pereira, professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), há idosos em que a medicação se tornou "companheira de vida". "São usadas por dez, 20 anos. Devem ser evitadas, mas, quando indispensáveis, que seja por curto período 30 dias, no máximo e em baixas doses."
O geriatra Rômulo Meira, professor da Universidade Federal da Bahia, afirma que muitos pacientes deprimidos estão sendo tratados, erroneamente, com os benzodiazepínicos. "São indicados de forma abusiva e intempestiva. É uma panaceia."
Além do risco de alzheimer, há outras razões mais robustas para que idosos evitem os benzodiazepínicos. Em 2012, a Sociedade Americana de Geriatria os colocou na lista de substâncias inapropriadas para tratar sintomas de insônia e agitação.
"Entre os efeitos colaterais estão falhas de memória, confusão mental e instabilidade postural. Isso pode levar a quedas e fraturas", explica Meira, também membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Segundo ele, é muito comum os idosos se queixarem de insônia, quando, na verdade, têm dificuldade de dormir à noite porque costumam cochilar durante o dia. "Às vezes, uma simples higiene do sono já resolve."
OUTRO LADO
A Roche, fabricante do Rivotril, que lidera a venda entre os benzodiazepínicos, informou que não comentaria o estudo porque ele trata da classe terapêutica, não do Rivotril em específico.
Já a Pfizer, fabricante do Frontal, reforça que pacientes idosos são mais sensíveis aos benzodiazepínicos e que, nesses casos, é recomendado seguir a dose eficaz mais baixa pelo menor período de tempo, conforme consta na bula do medicamento.

FONTE: CFF (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA)
Data: 02/10/2014

REFERÊNCIA
http://www.cff.org.br/noticia.php?id=2295&titulo=Uso+de+tranquilizante+pode+elevar+risco+de+alzheimer

Três novos antibióticos aprovados pela FDA



Ao longo dos últimos meses, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou três novos antibióticos para tratar pacientes com infecções bacterianas agudas da pele e de estruturas da pele (ABSSSI) causadas por bactérias como o Staphylococcus aureus, incluindo cepas resistentes à meticilina, também conhecidas como infecções por MRSA.
Em 23 de maio, a FDA aprovou Dalvance (dalbavancina), uma medicação injetável, administrada por via intravenosa, em duas doses, com uma semana de intervalo entre as doses. Em 20 de junho, a FDA aprovou Sivextro (fosfato de tedizolide), disponível para uso oral e intravenoso, administrado uma vez por dia durante seis dias. Em 6 de agosto, a FDA aprovou Orbactiv (oritavancina), um medicamento injetável administrado em dose única para compor um curso completo de terapia.
Nestas aprovações, os fabricantes dos medicamentos puderam tirar proveito dos incentivos recentemente promulgados para ajudar a trazer novos antimicrobianos para o mercado. Cada uma dessas medicações foi aprovada depois de ter sido designada como um produto Qualified Infectious Disease Product (QIDP) da Lei GAIN. Como parte dessa designação QIDP, a aplicação da revisão da medicação pela FDA foi acelerada. Esta designação também qualifica as medicações por cinco anos de exclusividade de comercialização para serem adicionadas a certa exclusividade já fornecida pela Food, Drug and Cosmetic Act. Até o momento, a FDA concedeu a designação QIDP a trinta e nove antibióticos em desenvolvimento.
O desenvolvimento destes três novos antibióticos também foi ajudado pela colaboração científica entre as partes interessadas no avanço de novas terapias antimicrobianas. O Biomarkers Consortium of the Foundation for the National Institutes of Health, especialistas acadêmicos e da indústria e outros colaboradores fizeram recomendações valiosas para a FDA em relação à concepção de estudos científicos para mostrar a eficácia dessas medicações em ensaios clínicos.
Segundo Janet Woodcock, diretora do FDA’s Center for Drug Evaluation and Research, há um longo caminho a percorrer no sentido de construir um arsenal novo e eficaz de produtos antimicrobianos. E uma vez aprovado, será fundamental que os profissionais de saúde prescrevam adequadamente estes novos antibióticos. Com a colaboração e o esforço concentrado de muitas partes interessadas, públicas e privadas, há como avançar e construir uma empresa de pesquisa e desenvolvimento antibacteriano capaz de trazer novos medicamentos para os pacientes que deles necessitam. Estas três aprovações são um começo encorajador!
FONTE: Food and Drug Administration (FDA).
Data: 01/10/2014

REFERÊNCIA

FDA, Food and Drug Administration, 2014. Three encouraging steps towards new antibiotics. Disponível em: <http://blogs.fda.gov/fdavoice/index.php/2014/09/three-encouraging-steps-towards-new-antibiotics/>. Acesso em: 1 out. 2014.


Adoçantes artificiais podem induzir intolerância à glicose alterando a flora intestinal



Os adoçantes artificiais têm sido largamente usados em todo o mundo. Cientistas descobriram que, após a exposição a adoçantes artificiais, nossas bactérias intestinais (flora intestinal) podem provocar alterações metabólicas prejudiciais ao nosso organismo tais como intolerância à glicose e disbioses intestinais. O trabalho foi realizado pelo Dr. Eran Elinav do Weizmann Institute of Science's Department of Immunology e pelo professor Eran Segal do Department of Computer Science and Applied Mathematics e publicado pela revista NATURE.
Adoçantes artificiais não calóricos (NAS) estão entre os aditivos alimentares mais utilizados em todo o mundo, regularmente consumidos por indivíduos magros e obesos. O consumo de NAS é considerado seguro e benéfico devido ao seu baixo teor calórico, mas o apoio de dados científicos aprovando este consumo permanece escasso e controverso.
Estudo publicado pela revista NATURE diz que o consumo de NAS normalmente utilizadas impulsiona o desenvolvimento de intolerância à glicose, através da indução de alterações composicionais e funcionais da microbiota intestinal. Estes efeitos metabólicos prejudiciais dos NAS são abolidos pelo tratamento com antibióticos e são totalmente transmissíveis para ratos livres de germes, mediante transplante fecal de configurações da microbiota a partir de ratinhos que consomem NAS, ou da microbiota anaerobicamente incubada na presença do NAS. Os pesquisadores identificaram vias metabólicas microbianas alteradas que podem sediar a susceptibilidade a doenças metabólicas, demonstraram disbioses intestinais induzidas pelos NAS e indução à intolerância à glicose em seres humanos saudáveis.
Coletivamente, estes resultados ligando o consumo de NAS, disbioses e distúrbios metabólicos chama atenção para uma reavaliação do uso maciço de NAS.

REFERÊNCIA

·         NEWS.MED.BR, 2014. Nature: adoçantes artificiais podem induzir intolerância à glicose alterando a flora intestinal. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/saude/573102/nature-adocantes-artificiais-podem-induzir-intolerancia-a-glicose-alterando-a-flora-intestinal.htm>. Acesso em: 30 set. 2014.

·         http://www.nature.com/nature/journal/vaop/ncurrent/full/nature13793.html