terça-feira, 14 de outubro de 2014

Similar será opção a droga de referência

         A partir do próximo ano, os farmacêuticos vão poder oferecer os medicamentos similares como uma opção aos remédios de referência prescritos pelo médico troca que, hoje, só é permitida entre o genérico e o referência. O produto de referência é, em geral, aquele original, que trouxe a inovação. Similares e genéricos são cópias. A mudança na forma da venda do similar, chamada de intercambialidade, foi aprovada pela ANVISA.
         A alteração decorre do fato de que, até o fim deste ano, será obrigatório que os similares apresentem os mesmos testes de equivalência que os genéricos para comprovar que funcionam, no organismo, como os originais.
        A nova regra para a venda valerá a partir de 1º de janeiro de 2015, mas as empresas terão um ano para incluir a informação sobre a intercambialidade nas suas bulas. O impacto da medida deve ser sentido mais em relação aos remédios de venda controlada. Isso porque, na prática, as farmácias não cobram a prescrição médica na hora de vender remédios de tarja vermelha a não ser aqueles cuja receita deve ser retida, como antibióticos e, assim, essa troca pelo similar acaba já sendo feita livremente.
       Dirceu Barbano, diretor-presidente da ANVISA, diz que "deveria funcionar o respeito às tarjas" e a obrigação de apresentação da receita. "Não dá mais para tratar um medicamento de tarja como se ele não tivesse tarja." Segundo o diretor, os laboratórios pediram a prorrogação de um grupo de trabalho para avaliar formas de exigir a prescrição nas farmácias. A intercambialidade do similar foi uma proposta lançada pela ANVISA no fim de 2013. Duas mudanças importantes nessa proposta, no entanto, foram feitas desde então e seguidas de um recuo frente a fortes críticas da indústria de medicamentos.
       Em janeiro deste ano, o então ministro Alexandre Padilha (Saúde) lançou a ideia de que os similares passassem a ser identificados com o símbolo "EQ" na embalagem algo para contrapor o "G" que identifica os genéricos.
       Padilha, que concorreu às eleições para o governo de São Paulo pelo PT, chegou a apresentar, em uma entrevista coletiva, um protótipo da nova caixa do remédio. Além disso, o então ministro disse que defenderia que os similares também tivessem um preço reduzido predeterminado, da mesma forma como acontece com os genéricos que, por lei, devem custar até 65% do preço cobrado pelo remédio de referência.
         Esses dois tópicos geraram fortes críticas do setor, que defende a regulação dos preços pelo próprio mercado. Barbano afirmou, ontem, que o governo vai monitorar os preços dos similares e intervir no mercado caso haja alguma alteração após a vigência da nova resolução.
Em vez do símbolo "EQ" na embalagem, a informação sobre o produto ser intercambiável estará escrita apenas na bula e publicada em listas da ANVISA disponíveis na internet e nas farmácias.

FONTE: CFF (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA).

DATA: 13/10/2014.

REFERÊNCIA

<http://www.cff.org.br/noticia.php?id=2320&titulo=Similar+ser%C3%A1+op%C3%A7%C3%A3o+a+droga+de+refer%C3%AAncia>

<http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu++noticias+anos/2014+noticias/publicada+rdc+sobre+intercambialidade+de+similares>