terça-feira, 16 de junho de 2015

Fumantes ativas e passivas precisam de dose maior de anestésicos e analgésicos em cirurgias, de acordo com um estudo apresentado no Euroanaesthesia Congress

Um número limitado de estudos indica que o tabagismo aumenta as exigências anestésicas durante cirurgias; no entanto, o comportamento de agentes anestésicos no organismo de indivíduos expostos à fumaça do tabaco do ambiente (fumantes passivos) não foram estudados.
Na presente pesquisa, apresentada no Euroanaesthesia Congress, em Berlim, pelo pesquisador Erdogan Ozturk e colaboradores da Bezmialem Vakif University, em Istambul, 90 mulheres submetidas à histerectomia total abdominal foram divididas em três grupos de trinta cada com base no seu status em relação ao cigarro: fumantes, fumantes passivas e não fumantes. Eram consideradas como não fumantes aquelas que não tinham histórico de tabagismo ou exposição à fumaça do tabaco no ambiente. A condição de fumante foi confirmada pela medição de cotinina no soro, um metabólito da nicotina e marcador da exposição à fumaça do tabaco.
A anestesia venosa total padrão foi realizada em todos os pacientes. Valores BIS, do inglês Bispectral Index Values, foram mantidos entre 40 e 60. Depois de cada operação, os pesquisadores avaliaram os montantes totais de propofol anestésico e de remifentanil analgésico utilizados.
A quantidade média de propofol utilizado para induzir a anestesia foi 102,76 mg para fumantes; 84,53 mg para as fumantes passivas e 63,17 mg para não fumantes. Fumantes necessitaram de 38% a mais de propofol do que as não fumantes e 17% mais do que as fumantes passivas para indução anestésica. Fumantes passivas necessitaram de 18% mais propofol do que as não fumantes. (P<0,05 para todas).
As quantidades totais de remifentanil utilizadas foram 1.315 mcg para os fumantes, 1.241 mcg para as fumantes passivas e 1.010 mcg para não fumantes. Fumantes utilizaram 23% mais deste analgésico do que as não-fumantes e 6% a mais do que as fumantes passivas. Fumantes passivas usaram 18% mais do que as não-fumantes. (P<0,05 para fumantes versus não-fumantes.)
Concluiu-se que a quantidade de anestésico e analgésico necessária para garantir a igualdade de profundidade anestésica em cirurgias semelhantes foi maior entre fumantes ativas e passivas em comparação com as não-fumantes. Uma possível explicação para os resultados é que a nicotina afeta o metabolismo de medicações anestésicas no fígado.
Novas pesquisadas mais amplas, controladas e randomizadas são necessárias para verificar se estes resultados serão replicados ou não.
Fonte: NEWS MED
DATA: 03/06/2015

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