quinta-feira, 18 de junho de 2015

Acesso a medicamentos é maior entre brancos e moradores do Sul/Sudeste

O acesso a medicamentos no país é maior entre a população branca, escolarizada e moradora da região Sudeste. Os dados constam do segundo volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) referente a 2013 e divulgados nessa terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Brasil, 30,7 milhões de pessoas procuraram algum atendimento de saúde nas duas semanas anteriores à entrevista do IBGE. Das pessoas que conseguiram atendimento de saúde, exceto serviço de marcação de consulta, 64,8% tiveram algum medicamento receitado, ou 19,3 milhões de pessoas; dessas, 82,5% conseguiram obter todos os medicamentos prescritos.
Entretanto, nas regiões Norte e Nordeste, esse percentual de acesso a todos os medicamentos prescritos foi menor do que o da média nacional, de 75,8% e de 80,8%.
Ao mesmo tempo, as grandes regiões restantes mostraram fatia acima da média nacional, como Sudeste (83,1%), Sul (84,8%) e Centro-Oeste (83%).
O IBGE também apurou que a parcela de pessoas de cor branca que obtiveram todos os medicamentos foi maior (84,2%) do que o percentual entre pessoas de cor parda (80,4%). O levantamento também mostrou percentual mais elevado entre pessoas com superior completo (88,88%); do que entre a população sem instrução ou com fundamental incompleto (79,9%).
Apenas pouco mais de um terço, 33,2%, ou 6,4 milhões de pessoas, conseguiu obter pelo menos um dos medicamentos receitados no serviço público de saúde.
O IBGE explicou ainda que, no caso do Programa Farmácia Popular, menos de um terço das pessoas que tiveram medicamento prescrito, ou 21,9% (4,2 milhões de pessoas), informou ter obtido pelo menos algum deles, por meio do programa.
Outro aspecto mencionado pelo instituto foi o de interação de hospitais. De acordo com a PNS 2013, das 200,6 milhões de pessoas residentes no país, 6%, ou 12,1 milhões, ficaram internadas em hospitais por 24 horas ou mais nos 12 meses anteriores ao da elaboração da pesquisa. Desse total, 65,7% tiveram esse atendimento por meio do Sistemas Único de Saúde (SUS).
Fonte: CFF (Conselho federal de Farmácia)
DATA: 03/06/2015

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terça-feira, 16 de junho de 2015

Fumantes ativas e passivas precisam de dose maior de anestésicos e analgésicos em cirurgias, de acordo com um estudo apresentado no Euroanaesthesia Congress

Um número limitado de estudos indica que o tabagismo aumenta as exigências anestésicas durante cirurgias; no entanto, o comportamento de agentes anestésicos no organismo de indivíduos expostos à fumaça do tabaco do ambiente (fumantes passivos) não foram estudados.
Na presente pesquisa, apresentada no Euroanaesthesia Congress, em Berlim, pelo pesquisador Erdogan Ozturk e colaboradores da Bezmialem Vakif University, em Istambul, 90 mulheres submetidas à histerectomia total abdominal foram divididas em três grupos de trinta cada com base no seu status em relação ao cigarro: fumantes, fumantes passivas e não fumantes. Eram consideradas como não fumantes aquelas que não tinham histórico de tabagismo ou exposição à fumaça do tabaco no ambiente. A condição de fumante foi confirmada pela medição de cotinina no soro, um metabólito da nicotina e marcador da exposição à fumaça do tabaco.
A anestesia venosa total padrão foi realizada em todos os pacientes. Valores BIS, do inglês Bispectral Index Values, foram mantidos entre 40 e 60. Depois de cada operação, os pesquisadores avaliaram os montantes totais de propofol anestésico e de remifentanil analgésico utilizados.
A quantidade média de propofol utilizado para induzir a anestesia foi 102,76 mg para fumantes; 84,53 mg para as fumantes passivas e 63,17 mg para não fumantes. Fumantes necessitaram de 38% a mais de propofol do que as não fumantes e 17% mais do que as fumantes passivas para indução anestésica. Fumantes passivas necessitaram de 18% mais propofol do que as não fumantes. (P<0,05 para todas).
As quantidades totais de remifentanil utilizadas foram 1.315 mcg para os fumantes, 1.241 mcg para as fumantes passivas e 1.010 mcg para não fumantes. Fumantes utilizaram 23% mais deste analgésico do que as não-fumantes e 6% a mais do que as fumantes passivas. Fumantes passivas usaram 18% mais do que as não-fumantes. (P<0,05 para fumantes versus não-fumantes.)
Concluiu-se que a quantidade de anestésico e analgésico necessária para garantir a igualdade de profundidade anestésica em cirurgias semelhantes foi maior entre fumantes ativas e passivas em comparação com as não-fumantes. Uma possível explicação para os resultados é que a nicotina afeta o metabolismo de medicações anestésicas no fígado.
Novas pesquisadas mais amplas, controladas e randomizadas são necessárias para verificar se estes resultados serão replicados ou não.
Fonte: NEWS MED
DATA: 03/06/2015

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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Bactéria é usada para criar novos antibióticos

Pesquisadores da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas e do Departamento de Engenharia Química e Biológica da Universidade de Buffalo, em Nova York, estão utilizando colônias de bactérias Escherichia coli (E. Coli), conhecidas por serem encontradas em fezes humanas, para a produção de novas formas de antibióticos — incluindo algumas que prometem combater bactérias resistentes a medicamentos.
Liderado pelo professor de engenharia química e biológica Blaine Pfeifer, um estudo sobre a iniciativa foi publicado ontem na revista científica “Science Advances”. Por mais de uma década, Pfeifer estuda como fazer com que a E. Coli gere novas variedades de eritromicina, um popular antibiótico usado contra diversas doenças, de pneumonia a infecções de pele e urinárias.
COMBATE MAIS EFICAZ
Em seu estudo, o pesquisador e seus colegas afirmam que conseguiram realizar esse feito com sucesso, sintetizando variedades da droga com estruturas ligeiramente diferentes das suas versões já existentes.
— Estamos nos concentrando em chegar a novos antibióticos que possam superar a resistência a essas drogas, e vemos isso (o resultado do estudo) como um grande avanço — afirmou Pfeifer. — Nós criamos não só análogos da eritromicina, mas também desenvolvemos uma plataforma para usar a E. Coli para produzir o remédio. Isso abre portas para possibilidades adicionais de engenharia no futuro, que nos levariam a novas formas de antibióticos.
Segundo o estudo, três dessas novas variedades de eritromicina criadas teriam conseguido matar bactérias da espécie Bacillus subtilis, que é resistente à eritromicina original, usada em hospitais.
Fazer com que a E. Coli produza novos antibióticos tem sido uma espécie de Santo Graal para os pesquisadores da área. Isso porque ela cresce rapidamente, o que acelera etapas experimentais e auxiliares de esforços para desenvolver e aumentar a produção de medicamentos. A espécie também aceita novos genes de forma relativamente fácil, tornando-a uma excelente candidata para a engenharia molecular.
‘LINHA DE MONTAGEM’ QUÍMICA
Enquanto as informações sobre a E. Coli muitas vezes se concentram sobre seus perigos, a maioria dos tipos desta bactéria são, na verdade, inofensivos aos seres humanos, incluindo aqueles utilizados pela equipe do estudo.
O processo para a criação da eritromicina começa com a construção de três partes básicas chamadas precursores metabólicos — compostos químicos que são combinados e manipulados em um processo semelhante a uma linha de montagem para formar o antibiótico.
Já para criar novas variedades da eritromicina, com ligeiras diferenças em seus formatos, os cientistas podem teoricamente atingir qualquer etapa dessa linha de montagem, usando técnicas que acrescentem partes com estruturas diferentes das originais.
ETAPA SUBESTIMADA
No estudo de Pfeifer, os pesquisadores se focaram em uma etapa próxima ao fim do processo, que havia recebido pouca atenção de cientistas até o momento. Eles usaram enzimas para prender 16 diferentes formas de moléculas de açúcar a uma molécula chamada 6-desoxieritronolido B. Cada uma delas foi aderida com sucesso, o que produziu ao final da linha de montagem mais de de 40 análogos da eritromicina.
— O sistema que criamos é surpreendentemente flexível, e essa é uma de suas maiores vantagens — explicou Pfeifer. — Nós estabelecemos uma plataforma para usar a E. Coli para produzir eritromicina, e agora que conseguimos, podemos começar a alterá-la de diversas maneira.

Fonte: CRF (Conselho Regional de Farmáci)
DATA: 01/06/2015

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quarta-feira, 10 de junho de 2015

Estudo revela que câncer de mama altera estrutura óssea, o que permite sua propagação pelo corpo

Pesquisadores da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, descobriram que o câncer de mama altera a estrutura óssea facilitando que a doença se espalhe pelo corpo. A descoberta é vista pelos cientistas como um passo importante para obter estratégias para frear a propagação da doença.
Segundo o estudo, publicado na revista “Nature”, é possível proteger os ossos da influência do câncer. Os cientistas descobriram que os pacientes com o câncer secundário apresentavam altos índices da enzima LOX, produzidas pelo tumor e liberadas no sangue. Experimentos com ratos revelaram que a enzima interrompe o processo constante de reconstrução dos ossos, deixando lesões e buracos no tecido, o que permite que o câncer se espalhe. Assim, o uso de medicamentos para bloquear a ação da LOX impediu a disseminação da doença.
“É um avanço importante para impedir as metástases do câncer de mama. As células cancerígenas no tumor primário estão fertilizando o solo para seu próprio crescimento. A LOX está mudando o ambiente no osso para torná-lo melhor para o crescimento do câncer”, afirmou Alison Gartland, pesquisador da universidade, em entrevista à BBC.
Além disso, a pesquisa mostrou que medicamentos chamados bisfosfonatos também são capazes de impedir a propagação dos tumores pelo corpo, uma vez que atuam na maneira como os ossos se reconstroem, viabilizando o fortalecimento da estrutura. Cerca de 85% dos cânceres de mama que se espalharam pelo corpo acabam no osso, neste ponto a doença se torna mais difícil de tratar e a probabilidade de morte do paciente é maior.
O efeito da descoberta se aplica somente ao câncer de mama do tipo Receptor de Estrogênio Negativo, que corresponde a um terço dos casos da doença nessa região do corpo, mas é um dos tipos mais mortais. Os pesquisadores indicam ainda que os resultados da pesquisa também podem ser aplicados ao câncer de cólon.


Fonte: CRF-PA (Conselho Regional de Farmácia do Pará)
DATA: 28/05/2015

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