quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Toxina produzida por vespa brasileira mata células de câncer

O veneno de uma vespa brasileira, Polybia paulista, contém uma poderosa toxina que mata células de câncer, sem danificar células saudáveis. Agora, um grupo de cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de Leeds, na Inglaterra, descobriu exatamente como a toxina, chamada MP1, consegue abrir buracos exclusivamente nas células cancerosas, destruindo-as.
O estudo, publicado nesta terça-feira, 1, na revista científica Biophysical Journal, poderá inspirar a criação de uma classe inédita de drogas contra o câncer, segundo os cientistas. De acordo com um dos autores do estudo, Paul Beales, da universidade inglesa, a toxina MP1 não afeta as células normais, mas interage com lipídios - moléculas de gordura - que estão distribuídos de forma anômala apenas na superfície das células de câncer. Ao entrar em contato com a membrana dessas células, a toxina abre buracos por onde escapam moléculas essenciais para seu funcionamento.

"Terapias contra o câncer que atacam a composição de lipídios da membrana da célula seriam uma classe inteiramente nova de drogas antitumorais. Isso poderia ser útil para o desenvolvimento de novas terapias combinadas, nas quais múltiplas drogas são utilizadas para tratar um câncer atacando diferentes partes de suas células simultaneamente", disse Beales.

De acordo com outro dos autores, João Ruggiero Neto, do Departamento de Física da Unesp em São José do Rio Preto, a Polybia paulista foi descoberta e descrita pelo professor Mário Palma, da Unesp de Rio Claro.
Os cientistas já haviam estudado a toxina MP1 e sabiam que ela agia contra micróbios causadores de doenças destruindo a membrana das células bacterianas. Mais tarde, os estudos revelaram que a toxina é promissora para proteger humanos de câncer e tem capacidade para inibir o crescimento de células de tumores de próstata e de bexiga, além de células de leucemias resistentes a várias drogas.
Até agora, no entanto, não se sabia como a MP1 é capaz de destruir seletivamente as células tumorais, sem danificar as células saudáveis.
"Desde que descrevemos a toxina do veneno dessa vespa, em 2009, sabíamos que ela contém peptídeos com uma forte propriedade antibacteriana, funcionando como um antibiótico potente. Mais tarde, pesquisadores coreanos e chineses começaram a fazer trabalhos com esses peptídeos sobre células de câncer e nós fomos estudar sua ação em linfócitos com leucemia", disse Neto ao jornal Estado de S. Paulo.
Mecanismo
O grupo da Unesp confirmou então que as toxinas eram extremamente seletivas, reconhecendo apenas os linfócitos leucêmicos, e não os sadios. Eles começaram suspeitar que a explicação para essa seletividade tinha relação com as propriedades únicas das membranas de células de câncer. "Fomos investigar o mecanismo", afirmou Neto.
Segundo ele, em membranas de células saudáveis, os fosfolipídios chamados PS e PE se situam na membrana interna, voltados para o lado de dentro da célula. Mas, nas células de câncer, os PS e PE ficam incorporados na membrana externa, voltados para o ambiente em volta da célula.
Os cientistas testaram sua teoria criando membranas-modelo contendo PE e PS e as expondo à MP1. Eles utilizaram uma ampla gama de técnicas biofísicas e de imageamento para caracterizar os efeitos destrutivos da MP1 sobre as membranas.
O resultado foi impactante: a presença de PS aumentava de 7 a 8 vezes a quantidade de MP1 que se ligava à membrana. A presença de PE, por outro lado, aumentava a capacidade da MP1 de danificar rapidamente a membrana, aumentando o tamanho dos buracos de 20 a 30 vezes.
"Formados em poucos segundos, esses poros são grande o suficiente para permitir o vazamento de moléculas críticas para a célula, como RNA e proteínas. O aprimoramento dramático da permeabilização induzida pela toxina na presença do PE e as dimensões dos poros nessas membranas foram surpreendentes", disse Neto.
Potencial
Em estudos futuros, os cientistas planejam alterar a sequência de aminoácidos da MP1 para examinar como a estrutura da toxina se relaciona à sua função, a fim de aprimorar sua seletividade e sua potência para propósitos clínicos.
Segundo Beale, entender o mecanismo de ação dessa toxina vai ajudar estudos translacioais - isso é, pesquisa científica aplicada clinicamente - para avaliar no futuro o seu potencial para o uso na medicina.
"Como ficou demonstrado em laboratório que a toxina é seletiva para células de câncer e não é tóxica para células normais, ela tem potencial para ser segura. Mas mais trabalho será necessário para provar isso", afirmou Beale.
Fonte: CRF-PA ( Conselho Regional de Farmácia-PA)
DATA: 03/09/2015

REFERÊNCIA:
Disponível em:



FDA alerta: tatuagens temporárias feitas com henna preta podem causar queimaduras e cicatrizes indesejáveis na pele



Nem todos os pigmentos de uma tatuagem são conhecidos como sendo seguros para utilização na pele. As tatuagens de henna preta ou azul podem conter ingredientes que ajudam a imagem a aderir melhor à pele, mas que podem causar problemas para algumas pessoas, tais como bolhas, queimaduras dolorosas e cicatrizes indesejáveis e permanentes.
A Food and Drug Administration (FDA) recebeu relatórios de reações a alguns tipos de decalques de tatuagens temporárias e recomenda a todas as pessoas interessadas em fazer uma tatuagem temporária, que antes de utilizá-la em seu rosto, por exemplo, façam um teste em uma parte menos visível do corpo.
A henna é um corante feito a partir de uma planta e está aprovada apenas para uso como corante de cabelo. Ela não está aprovada para aplicação direta na pele, como é o processo de decoração de corpo conhecido como mehndi.
A henna produz tipicamente um tom marrom, marrom-alaranjado ou castanho-avermelhado, mas outros ingredientes têm sido adicionados para produzir outras cores, tais como aquelas comercializadas como "henna negra" e "henna azul." Mesmo tons marrons de produtos comercializados como "henna" podem conter outros ingredientes destinados a torná-los mais escuros ou fazer com que a coloração na pele dure por mais tempo.
A chamada "henna negra" pode conter uma substância chamada paraphenylenediamine, também conhecida como PPD, que só é permitida para uso em tinturas de cabelo e pode irritar a pele. Em alguns casos, a chamada "henna negra" consiste apenas de tinta para cabelo, que um artista mistura diretamente à henna que vai aplicar ao fazer uma tatuagem na pele de um cliente.
PPD e alguns outros corantes capilares podem provocar reações em alguns indivíduos. Essa é a razão de as embalagens de tinturas de cabelo terem uma instrução de cuidado para fazer um teste em uma pequena área da pele antes de usá-las.
Fonte: NEWS MED
DATA: 03/09/2015

REFERÊNCIA:
Disponível em:


Anvisa suspende lote de desinfetante da empresa Diviclean Indústria



A Anvisa determinou a suspensão do lote 0.069 do Desinfetante Lavanda Diviclean com validade até julho de 2016. O saneante é da empresa Diviclean Indústria Comércio e Representações Ltda.
Segundo o Laudo de Análise Fiscal emitido pela Fundação Ezequiel Dias de Minas Gerais (Funed), o desinfetante apresentou resultados insatisfatórios nos ensaios de determinação de pH, contagem de bactérias aeróbias e rotulagem.
Com a suspensão, a Agência decidiu ainda, que a empresa deve promover o recolhimento do lote citado.
A medida está na Resolução 2.481/2015 publicada nesta sexta-feira (4/9) no Diário Oficial da União (DOU).
Fonte: ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
DATA: 08/09/2015

REFERÊNCIA:
Disponível em: