segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Risco de recorrência do câncer de próstata aumenta com triglicerídeos elevados, publicado pelo Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention

Evidências de uma associação entre o colesterol total, as lipoproteínas de baixa e de alta densidade (LDL e HDL, respectivamente), os triglicérides e o câncer de próstata são conflitantes. Uma vez que o câncer de próstata e as dislipidemias afetam grandes proporções da sociedade ocidental, a compreensão destas associações tem importância fundamental para a saúde pública.
Foi realizada uma análise de coorte retrospectiva de 843 pacientes submetidos à prostatectomia radical que nunca tinham usado estatinas antes da cirurgia no banco de dados compartilhado Shared Equal Access Regional Cancer Hospital (SEARCH). Análises multivariáveis foram utilizadas para investigar a associação entre o colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos e o risco de recorrência bioquímica do câncer de próstata. Na análise secundária, foram exploradas essas associações em pacientes com dislipidemias, definidas de acordo com as diretrizes do National Cholesterol Education Program.
Os resultados mostraram que níveis séricos elevados de triglicérides foram associados ao maior risco de recorrência do câncer de próstata [taxa de risco para cada aumento de 10 mg/dl 1,03; intervalo de confiança de 95% (IC), 1,01-1,05], mas a associação entre o colesterol total, LDL e HDL e o risco de recorrência foram nulos. No entanto, entre os homens com dislipidemia, cada aumento de 10mg/dl nos níveis do colesterol total ou de HDL foi associado a um risco de recorrência 9% maior (taxa de risco 1,09, IC 95%, 1,01-1,17) e a uma redução do risco de recorrência de 39% (taxa de risco 0,61; IC 95%, 0,41-0,91), respectivamente.
Concluiu-se que elevados níveis séricos de triglicérides foram associados ao aumento do risco de recorrência do câncer de próstata. Colesterol total, LDL ou HDL não foram associados ao risco de recorrência entre todos os homens. No entanto, entre os homens com dislipidemia, níveis elevados de colesterol total e de HDL foram associados ao aumento e à diminuição do risco de recorrência, respectivamente.
Estes resultados, juntamente com a evidência de que o uso de estatinas está associado ao risco de recorrência reduzido, sugerem que os níveis de lipídios devem ser explorados como um fator de risco modificável para a recorrência do câncer de próstata.
FONTE: Câncer Epidemiology, Biomarkers & Prevention.  
DATA: 17/10/2014
REFERÊNCIA
NEWS.MED.BR, 2014. Risco de recorrência do câncer de próstata aumenta com triglicerídeos elevados, publicado pelo Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/medical-journal/576547/risco-de-recorrencia-do-cancer-de-prostata-aumenta-com-triglicerideos-elevados-publicado-pelo-cancer-epidemiology-biomarkers-amp-prevention.htm>. Acesso em: 17 out. 2014.

Composição das vacinas contra gripe para 2015



A Anvisa divulgou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 62/2014, que trata sobre as determinações que deverão ser adotadas para as vacinas da gripe que serão utilizadas no Brasil em 2015.
A composição da vacina contra a gripe é atualizada a cada ano, de acordo com os vírus circulantes, para garantir a eficácia do produto. A resolução está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o Hemisfério Sul.
As vacinas influenza trivalentes, que começarão a ser utilizadas no Brasil a partir de fevereiro de 2015 deverão conter, obrigatoriamente, três tipos de cepas de vírus em combinação: um vírus similar ao influenza A/California/7/2009 (H1N1)pdm09, um vírus similar ao vírus influenza A/Switzerland/9715293/2013 (H3N2) e um vírus similar ao influenza B/Phuket/3073/2013-like virus. As cepas A/South Australia/55/2014, A/Norway/466/2014 e a/Stockholm/6/2014 são similares à cepa de vírus A/Switzerland/9715293/2013.
Já as vacinas influenza quadrivalentes deverão conter os três vírus descritos anteriormente e um vírus similar ao vírus influenza B/Brisbane/60/2008.
Somente poderão ser produzidas, comercializadas ou utilizadas às vacinas influenza que estiverem de acordo com as determinações e nas composições específicas descritas na RDC. Ainda de acordo com a Resolução, é proibida a utilização de quaisquer outras cepas de vírus em vacinas da gripe no país. As vacinas atualmente comercializadas ou fabricadas fora destas determinações deverão ser retiradas do mercado.
FONTE: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
DATA: 17/10/2014
REFERÊNCIA
http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu++noticias+anos/2014+noticias/composicao+das+vacinas+contra+gripe+para+2015+e+divulgada

Cientistas recriam Alzheimer em laboratório para testar drogas



O mal de Alzheimer, uma doença sem cura conhecida, foi vista em um modelo tridimensional por cientistas americanos em laboratório. O estudo, já considerado revolucionário, foi possível com a mistura de um gel com neurônios que vêm de células tronco embrionárias, carregadas com mutações normalmente associadas à doença.
Desta forma, uma equipe liderada por pesquisadores da Universidade de Harvard acompanhou a formação de estruturas características do Alzheimer, as placas senis e emaranhados neurofibrilares. Os resultados da pesquisa foram descritos anteontem na versão on-line da revista “Nature”.
Os pesquisadores usaram, com sucesso, inibidores para bloquear a formação das estruturas típicas no modelo da doença. Agora, a meta é testar como 1,2 mil medicamentos já disponíveis no mercado agiriam naquela estrutura que reproduz o cérebro com Alzheimer. É possível que alguns tratem ou interrompam a progressão da condição neurodegenerativa.
— É plausível imaginar que algumas dessas drogas, que estão no mercado para combater outras doenças, tenham um efeito benéfico também no combate ao Alzheimer — descreve Stevens Rehen, neurocientista da UFRJ e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, que não participou da pesquisa. — Se isso ocorrer, um novo medicamento contra a doença pode ser descoberto.
Testes na estrutura 3D montada em Harvard podem rastrear o desempenho dos remédios entre seis e oito semanas. Em camundongos, animais normalmente usados em pesquisas científicas, o mesmo processo duraria cerca de um ano e seria até dez vezes mais caro.
Dois fatores contribuem para o processo neurodegenerativo do Alzheimer — o acúmulo de placas da proteína beta-amiloide e um emaranhado formado por outra proteína, a Tau, que intoxica as células nervosas saudáveis. Ainda não se sabia, porém, qual destes fenômenos ocorria primeiro.
Os pesquisadores descobriram, com seu modelo, que a beta-amiloide “inaugura” a degeneração. A partir de agora, os cientistas podem analisar separadamente os processos que ligam a ação dessas duas proteínas.
O modelo de pesquisa da “doença em uma placa” é uma forma emergente de compreender enfermidades que não podem ser analisadas com precisão em animais. A técnica já foi usada com sucesso para entender o desencadeamento da esclerose lateral amiotrófica (ELA).
Apesar de sua utilidade, o sistema criado na placa não conta com componentes cruciais, como as células do sistema imunológico, que exercem um papel importante quando começa a devastação provocada pelo Alzheimer. De qualquer forma, o mérito da nova técnica de pesquisa é sua forma rápida de conduzir novos testes.
Autor principal da pesquisa, Doo Yeon Kim, professor de Neurologia da Universidade de Harvard, reconhece que sua equipe criou apenas uma “fatia” de cérebro, e não uma estrutura completa. No entanto, a estrutura poderá ser útil para pesquisar outras enfermidades.
— Queremos desenvolver modelos mais complexos, que considerem os impactos no sistema imunológico, mas sabemos que nossa tecnologia tridimensional já é útil para analisarmos outras doenças neurodegenerativas.
FONTE: CFF (Conselho Federal de Farmácia)
DATA: 14/10/2014
REFERÊNCIA