segunda-feira, 25 de maio de 2015

Cientistas forçam vírus HIV a se expor às defesas do organismo



Embora os seguidos avanços dos medicamentos antirretrovirais estejam colocando o HIV, o vírus causador da Aids, na defensiva, evitando que boa parte dos soropositivos desenvolva a doença — e, em alguns casos, reduzindo a carga viral a ponto de não ser mais detectada por exames —, ele ainda consegue se “refugiar” no interior de algumas células do sistema imunológico, mantendose inativo, escapando do ataque dos remédios e das defesas do organismo. São os chamados “depósitos” do HIV, que, uma vez interrompido o tratamento, permitem que o vírus volte a se replicar, e configuram um dos principais obstáculos atuais na busca por uma cura definitiva da Aids. Agora, porém, cientistas no Canadá encontraram uma possível maneira de forçar o HIV a se “abrir” e se expor a esses ataques, em mais um passo nessa luta.
— Descobrimos que as pessoas infectadas com o HIV-1 (o principal subtipo do vírus, que afeta cerca de 35 milhões de pessoas no mundo) têm anticorpos naturais com o potencial de matar as células infectadas — conta Andrés Finzi, pesquisador da Universidade de Montreal e líder do estudo, publicado ontem no periódico científico “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS). — Tudo que precisávamos fazer era dar um “empurrãozinho”, adicionando uma pequena molécula que funciona como um abridor de latas e força o vírus a expor regiões reconhecidas pelos anticorpos. Estes, então, formam “pontes” com algumas células do sistema imunológico, dando início ao ataque.

TERAPIA DE “CHOQUE E MORTE”
Em estudo anterior, também publicado este ano, a mesma equipe de cientistas demonstrou que alguns pacientes com o HIV-1 podiam eliminar as células infectadas quando duas proteínas do vírus, chamadas Nef e Vpu, eram desativadas por mutações genéticas. O problema é que, em sua forma “selvagem”, o HIV ainda contém essas proteínas, que agem como seus “guarda-costas”. Assim, os cientistas decidiram buscar uma maneira de enganar esses defensores. Para isso, adicionaram uma molécula às superfícies das células dos pacientes infectados, chamada JP-III-48, que imita a proteína CD4. Localizada na superfície dos linfócitos T, essa proteína é a “porta” usada pelo HIV para invadir as células do sistema imune e infectá-las, mas depois é eliminada por ele justamente para evitar que elas sejam reconhecidas como doentes pelas defesas do organismo.
— A solução (cura da Aids) é desenvolver uma terapia de “choque e morte” — explica Finzi. — Precisamos reativar os depósitos de HIV para forçar o vírus a sair de seu esconderijo e, então, matar as células infectadas.
Fonte: O Globo


Fonte: CFF ( Conselho Federal de Farmácia)
DATA: 05/05/2015

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